NAZARENO!
NAZARENO
No tempo do advento, quando de uma das homilias, me despertou o interesse pelo termo “nazareno” quanto ao seu significado dentro do complexo bíblico de modo a buscar o por quê e como surgiu este termo tendo em vista Jesus.
Daí, fui burilar os capítulos do Livro dos Livros e encontrei trechos que podem vir justificar e até, desmistificar o termo no seu “porquê” e no seu “como” dando, ou emprestando notícias que servem para um flexionamento (danou-se) mais palpável e substancioso. Vejamos:
Naquela burilaçao (gostaram?) encontrei um termo que remonta de um passado incerto, não sabido, mais que se substancia no Livro dos Números, quando nos dá notícia de um costume, prática e, até mesmo de um grupo, que consistia na indicação nominal do indivíduo que se consagrava a Deus e, ou, era consagrado por Deus para o desenvolvimento do, digamos, projeto divino. Assim, a pessoa, na sua individuabilidade, era denominado de NAZIREU, e o grupo, conjunto, de NAZIREADO.
Então, o Nazireu era aquela pessoa que se consagrava ou era consagrado pela família ou pelo próprio Deus, podendo ser homem ou mulher. Ele (a) tinha um comportamento definido tanto no seu comportamento que era definido, como na sua alimentação, que era expressamente taxativa, principalmente quanto à proibição de não ingerir bebidas fermentadas, assim como qualquer produto advindo da uva.
O Nazireado como depreendido seria como um colegiado, ou seja, um conjunto de pessoas que exerciam por isto ou por aquilo, as mesmas práticas e costumes implícitos naquela casta. A marca deste grupo, mais marcante, alem da abstinência da bebida fermentada era o fato de não cortar4 os cabelos.
Textualmente, vamos encontrar sinais deste seguimento na Torá, no livro dos números (6 1-21), quando Javé falou a Moisés: “Diga aos filhos de Israel: Quando um homem ou uma mulher quiser fazer um voto especial de consagração a Javé, o voto de nazireado, deverá abster-se de vinho e bebidas fermentadas... Enquanto durar o voto não sorverá nada que venha da videira, desde a semente até as cascas...”
Registrado também em Juízes (13:4-7, 16,17) quando nos dá ciência de um nazireu consagrado por Deus, desde a sua concepção na pessoa do nosso conhecido Sansão, cuja mãe, mulher estéril, consagrada também, por Deus, foi uma nazireu por tempo determinado, ou seja, enquanto durou a gravidez.
Na mesma linha encontramos Samuel, (I Samuel1: 11) também nazireu, consagrado por sua mãe Ana, mulher de Elcana, a qual também era estéril e suplicou a Javé que lhe desse a alegria de ser mãe de um filho homem que ela consagraria o por todos os dias da sua vida.
No Novo Testamento, vamos encontrar aquele “seguimento” na palavra de Jesus quando Ele pergunta aos que estão no seu encalço: “A Quem estás procurando?” E os perseguidores responderam: a Jesus, o nazareno! Disse-lhe então Jesus: “SOU EU” (1Jo18: 4-5).
Em outro trecho, do Livro Atos dos Apóstolos (22:8), quando Saulo indaga: Quem és tu, Senhor? Ele respondeu: “Eu sou Jesus, o nazaneu, a quem você está perseguindo!”
Por outro lado, João Batista, observando Lucas 1:15 teria sido um Nazireu uma vez que nos traz a notícia de que “um anjo informa a Zacarias, pai de João, que a sua mulher dará à luz um filho que “não beberá vinho nem bebida alcoólica”. Bom, os dois, Isabel e Zacarias eram de idade avançada e Isabel era estéril..., não teriam sido os dois nazireus?...
Diante deste quadro, poderíamos dizer que Jesus e sua mãe, Maria, pertenceram ao quadro dos NAZIREADOS, desde quando Ele foi consagrado por Javé na promessa que fez a Saul; e sua Mãe se consagrou quando aceitou participar do plano Divino com o seu “sim”? No caso de Maria os votos de Nazireado seria permanente, o que foi respeitado, por Ela, até a conclusão da sua missão como mãe de Jesus.
A afirmação de Jesus dizendo ser “o nazareno” “o nazareu”, nos traz uma certa inclinação de aceitação uma vez que, o uso do artigo “o” em vez da preposição “de” nos leva a crer que Ele estava a se declarar “o consagrado”. Se o contrário fosse, se Ele quisesse se declarar ser natural de Nazaré usaria a preposição “de...
Hummm! Que tal? Um bom seguimento para uma reflexão profunda, não? Na verde tem muita coisa a burilar que levam ao desfecho apresentado... Convido-vos encarar...
gutapires
gutapires
Enviado por gutapires em 08/01/2011